É uma área interdisciplinar (neurociência, ciência cognitiva, psicologia+ arquitetura, urbanismo) que busca entender, compreender melhor como os ambientes físicos afetam o cérebro e também a saúde.
O termo neuroarquitetura surgiu em 2003, após a criação da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA) em San Diego (Califórnia), como um setor do American Institute of Architects (AIA), localizado em Washington, DC.e apartir deste momento, pesquisas, estudos envolvendo neurocientistas, médicos, psicólogos e outros profissionais se intensificaram.
Nós passamos aproximadamente 90% do tempo em ambientes construídos, por isso a maioria das nossas memórias e momentos marcantes estão ligadas a um ambiente físico, seja ele residencial, estudo, trabalho e estar tanto tempo dentro destes ambientes, impacta nossas emoções, e gera memórias em nossas vidas.
Você já parou para pensar como os ambientes influenciam nosso comportamento, nosso modo de vida e que muitas vezes não nos damos conta disto?
Sabe aquela dor de cabeça que você tem sempre em sua mesa de trabalho e com iluminação não adequada? O sono que insiste em não chegar e quando chega com qualidade ruim quando você fica muito tempo usando dispositivos eletrônicos antes de dormir e ao acordar, tem a sensação de que ainda está cansado? Aquele barulho enorme das britadeiras cortando o asfalto na rua de sua casa?
Estes são alguns dos muitos momentos desgastantes que vivenciamos em nosso dia-a-dia e que impactam negativamente em nosso cérebro, nossa saúde.
A neuroarquitetura por meio de pesquisas e estudos científicos permite ao profissional da arquitetura, engenharia, design, ter ferramentas para projetar ambientes eficientes, baseados não apenas em parâmetros técnicos de legislação, ergonomia e conforto ambiental, mas que junto a eles sejam analisadas a emoção, felicidade, bem-estar.
Já pensou sua casa projetada realmente para você, suas emoções, felicidade? As escolas sendo ambientes estimuladores da criatividade, dos saberes, de prazer?
Os hospitais, clínicas com ambientes que auxiliam na recuperação do paciente e seu bem-estar e também na qualidade de trabalho dos profissionais que ali desempenham suas funções?
Ambientes comerciais, corporativos que propiciem concentração, autoestima, criatividade e produtividade com satisfação aos seus usuários?
E como aplicar a neuroarquitetura?
- Através de estudos de iluminação natural valorizando a entrada de luz nos ambientes; isto afeta os ciclos fisiológicos/psicológicos, (ciclo circadiano – ritmo em que o organismo realiza suas funções ao longo de um dia.);
- Criação de áreas verdes que possibilitem relaxamento, bem-estar; redução dos níveis de stress;
- Ambientes de descompressão que influenciam diretamente no comportamento das pessoas favorecendo seu relaxamento, melhoria da respiração, pressão arterial, ansiedade;
- Acústica, pois o nível de ruídos nos ambientes interfere em nosso humor e concentração;
- Otimização dos espaços com o uso de mobiliário que atendam às necessidades dos usuários;
- Cores que impactam no comportamento humano e criar ambientes em diferentes tons coloridos produz sensações diversas em seus usuários como alegria, descontração, relaxamento, foco;
- Ventilação natural, pois esta renova o ar, purificando-o, controlando a umidade, a sensação térmica, o conforto. É importante saber que tanto a ventilação artificial como iluminação artificial também oferecem aos ambientes condições salubilidade.
Quer saber mais sobre neuroarquitetura? Confira as indicações de portais e livros:
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LIVROS:
Neuroarquitetura – A neurociência no ambiente construído – VILMA VILA ROUCO E AUTORAS
Uma Viagem Pelo Cérebro: A Via Rápida Para Entender Neurociência CARLA TIEPPO
Arquitetura da felicidade – Allan de Botton