Voltando ao assunto – Qualidade dos materiais, hoje falaremos dos formaldeídos e gases tóxicos.
Os formaldeídos estão presentes nos compensados de madeira. É óbvio que existem no mercado compensados sem formaldeídos, são da classe E1 com resina fenólica. A maior parte é destinada ao mercado internacional e uma pequena parte é revendida com preços maiores por aqui.
Para que serve o formaldeído?
Em temperatura ambiente, o formaldeído é um gás incolor que evapora com facilidade. Ele possui odor forte e irritante, além de ser altamente inflamável e reativo. Ou seja, liga-se com outras substâncias muito facilmente, originando produtos químicos e poluentes.
Quando está em solução aquosa, ele pode ser chamado de formol. Existem muitos sinônimos para o formaldeído:
- formalina;
- metil aldeído;
- metileno glicol;
- óxido de metileno;
- metanal;
- morbicida;
- BFV;
- formalite;
- aldeído fórmico;
- Yde;
- Ivalon;
- Karsan;
- Lysoform;
- oxometano;
- oximetileno.
O gás é originado naturalmente no ambiente por meio de processos de combustão, como os incêndios naturais; por processo de decomposição de vegetais no solo e pode ser encontrado em alimentos, como as frutas. Nas concentrações produzidas por fontes naturais, o formaldeído não é prejudicial à saúde humana, mas elevadas concentrações produzidas por atividades humanas são um risco à saúde.
A produção antropogênica do gás advém de usinas de energia, indústrias (como as de madeira e papel), veículos e incineradores. Além disso, por servir como matéria-prima em alguns produtos, o formaldeído é liberado por sistemas de ventilação, materiais de construção, móveis, carpetes, tintas, vernizes, cigarros, desinfetantes, adesivos, isolantes elétricos, lonas de freio, fungicidas, germicidas, tecidos e cosméticos.
De acordo com classificação da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), o formaldeído é certamente carcinogênico para humanos e outros animais, deste modo ele está classificado no Grupo 1 da Agência.
Os grupos mais expostos ao formaldeído atualmente são os profissionais da área da saúde, que manipulam indivíduos conservados no formol; cabeleireiros e barbeiros, devido à falta de equipamentos de proteção e a exposição diária a tinturas, xampus, descolorantes, entre outros. Além do formaldeído, outros produtos manipulados por cabeleireiros e barbeiros são classificados pela IARC como prováveis cancerígenos. Também estão expostos a menores quantidades de formaldeído os operários da indústria madeireira e de papel, trabalhadores da construção civil, do setor varejista e do setor agrícola.
Além da contribuição do formaldeído no surgimento de câncer de nasofaringe (região atrás do nariz) e leucemia (tipo de câncer que ataca os glóbulos brancos), reconhecida pela IARC, a substância também pode causar problemas respiratórios. Já que a principal porta de entrada do formaldeído em nosso organismo é por inalação, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
GASES TÓXICOS
Cloro
O cloro está presente no tratamento de água que chega as nossas casas, comércios, corporações matando bactérias e deixando a água própria para que seja consumida. O problema está na quantidade cloro que sai de nossas torneiras, que estão nas piscinas, pois cloro em excesso é extremamente prejudicial à nossa saúde. Hoje diferentes tratamentos podem ser utilizados reduzindo o risco.
O cloro industrializado é aplicado na água da piscina, e precisa de um tempo (em torno de uma hora) para agir e ser distribuído uniformemente por toda a água. Aqui, é fundamental respeitar suas proporções, a fim de se evitar problemas. O recomendado é o mínimo de 2 ppm, e máximo de 4 ppm. É o mais comum entre os tratamentos de água de piscina, em virtude de também ser o mais barato. Principalmente porque é compatível com praticamente todos os equipamentos e bombas.
Diferente da salinização, o cloro industrializado aplicado na piscina precisa de um tempo para agir. Ainda, é necessário que a dosagem seja correta em relação à quantidade de água na piscina. É um tratamento de baixa duração. Ou seja, é necessário que o cloro seja aplicado com frequência.
Há no mercado filtros que podem ser instalados junto as torneiras, chuveiros reduzindo o excesso de cloro que sai das torneiras, Reduz em pelo menos 75% a concentração de cloro livre disponível, reduzindo gostos e odores indesejáveis.
Suas vantagens
- alta eficácia no combate e na eliminação de germes, bactérias e micro-organismos, em geral;
- baixo custo;
- sua aplicação é bem conhecida dos profissionais da área;
- compatibilidade com a maioria dos equipamentos e bombas encontrados no mercado.
Suas desvantagens
- risco de alergias e ressecamento de pele, cabelo e irritação nos olhos, quando o tratamento não é feito corretamente; Entre eles, estão: irritações nos olhos, alergias, ressecamento da pele e dos cabelos.
- risco de complicações respiratórias (quando usado em excesso);
- é um tratamento de baixa duração, precisando ser realizado várias vezes ao ano para que a água esteja sempre própria para uso.
Salinização
A salinização, em primeiro lugar, a água da piscina não fica salgada como a do mar, por exemplo. Não existe qualquer semelhança. Esta pode ser considerada a forma mais próxima ao natural de tratamento. Isso porque o sal em contato com a água produz cloro naturalmente.
O sal tem semelhanças químicas com o cloro comum, e efeitos parecidos. Nesse processo, a molécula de cloro é retirada do sal e, por eletrólise (passagem de corrente elétrica produzida por um motor específico, o gerador salinizador), a água levemente salgada produz hipoclorito de sódio de maneira natural. A salinização elimina todos os tipos de micro-organismos. Além disso, pode ser utilizada na água em qualquer temperatura. Em comparação ao mar, tem 10 vezes menos sal, só para exemplificar.
Assim, para que o tratamento seja realizado, é preciso instalar no sistema da piscina um equipamento eletrolítico específica, que faz essas eletrólises.
Suas vantagens
- compatível com qualquer tipo de piscina (fibra, vinil e azulejo);
- pode ser utilizado em qualquer tipo de água (rede pública ou poço);
- compatível com qualquer produto químico utilizado no tratamento de piscina;
- elimina todos os tipos de micro-organismos e a cloramina;
- pode ser instalado em piscina com água quente ou fria;
- não tem forte concentração de sal: aqui, a proporção para cada litro de água é 10 vezes menor que a do mar;
- reduz drasticamente o risco de alergias, ressecamento e demais problemas;
- não interrompe o uso da piscina para a limpeza;
Suas desvantagens
- tem um valor alto para compra do equipamento gerador de cloro;
- necessita de manutenção;
- só funciona com energia elétrica;
- altera o pH, com tendência a aumentar;
- não faz super-cloração;
- piscina com muito uso tem que complementar com cloro industrializado;
- o cloro evapora na presença do sol;
- o sal é altamente corrosivo e pode danificar os equipamentos;
- um erro na dosagem do sal deixa a água salgada e não tem como se retirá-lo;
- é uma técnica que ainda não caiu no uso popular, por isso, você pode ter dificuldade para encontrar um profissional que domine o trabalho.
Em um primeiro momento, você pode pensar que a ideia é tornar a água da piscina semelhante à do mar. Mas fique tranquilo, pois passa longe disso. Na verdade, o objetivo principal da salinização é a produção do cloro natural, que é tão eficaz quanto o industrializado
Mas, principalmente, a salinização não causa as corriqueiras irritações causadas pelo cloro. Entre estas estão as alergias na pele, o ressecamento dos olhos e o risco de doenças respiratórias. Também não é necessário interromper o uso da piscina para o tratamento.
Entre os tratamentos, é o que apresenta o custo mais alto, mas vale a pena por ser um dos mais seguros, sem causar qualquer risco à saúde de quem utiliza a piscina, principalmente as crianças, que nos primeiros anos de vida são mais propensas a doenças respiratórias.
Ozônio
Para que você possa usar o ozônio na purificação da água da sua piscina, é necessário instalar um equipamento que vai converter as moléculas de oxigênio em moléculas de ozônio. Conhecido como ozonizador, esse equipamento é instalado nas tubulações da piscina, e lá mesmo faz a conversão.
Nas piscinas o ozônio tratando a agua, sendo muito eficiente contra microorganismos. Por ser um gás natural, o ozônio minimiza as reações alérgicas que ocorrem de forma tão comum com o cloro. Também confere uma elevada capacidade na remoção de matéria orgânica e na desinfecção da água bruta, com um menor tempo de contato e menores concentrações, tornando o uso do ozônio como um potencial oxidante em estações de tratamento de esgoto e água.
Suas vantagens
- compatível com qualquer tipo de piscina (fibra, vinil e azulejo);
- não altera a alcalinidade e o pH da água;
- pode ser utilizado em qualquer tipo de água (rede pública ou poço);
- compatível com qualquer produto químico utilizado no tratamento de piscina;
- elimina todos os tipos de micro-organismos e a cloramina;
- pode ser instalado em piscina com água quente ou fria;
- reduz muito a possibilidade de irritação da pele e dos olhos;
- deixa a água com aspecto mais limpo e bonito;
Suas desvantagens
- o procedimento só é possível com a instalação dos equipamentos necessários gerando um alto custo para o consumidor;
- o equipamento necessita de manutenção periódica;
- só funciona com energia elétrica;
- o gás é tóxico e não pode vazar na piscina e nem na casa de máquinas;
- oxida o cloro;
- não age nos contaminantes e na cloramina que está na água da piscina, apenas quando a água passa pelo equipamento na casa de máquinas;
- pode manchar a fibra, vinil ou azulejo devido ao excesso de gás nos bocais de retorno da piscina;
- só funciona com o filtro ligado, se o filtro estiver desligado não há descontaminação;
- ainda que em quantidades muito baixas, ainda há necessidade do uso de cloro industrial (0,5 ppm);
- tal qual a salinização, ainda não é um tratamento muito popular e, por isso, há um número reduzido de profissionais que conhecem bem e têm prática no uso do ozônio.
Assim como a salinização, também elimina os micro-organismos e sujeiras da água da piscina. No entanto, requer equipamentos específicos para transformar oxigênio em ozônio. E este é o ponto, talvez, mais perigoso. Por consequência, utiliza um gás no processo químico que é tóxico para seres humanos. Ele pode contaminar a água ou vazar pelas máquinas.
Além disso, o ozônio age apenas quando a água passa pelo equipamento. Portanto, não atua em substâncias que podem contaminar diretamente a água da piscina.
Monóxido de carbono
O monóxido de carbono é um gás incolor, sem cheiro, inflamável e tóxico. Ele é originado através de duas formas:
- Fontes emissoras naturais: atividade de vulcões, gás natural e descargas elétricas.
- Atividades humanas: resultado da combustão incompleta de combustíveis fósseis. As queimadas produzem toneladas de CO, sendo uma das principais atividades que liberam CO para a atmosfera
É usado como agente redutor, retira o oxigênio de um composto e produz o dióxido de carbono (CO2). Por isso, é muito comum o seu uso no processamento de minérios, como o ferro. Como também, na produção de substâncias orgânicas, como ácido acético, plásticos, metanol, entre outros.
O CO apresenta alta afinidade com a hemoglobina. Por ser tóxico, sua inalação ocasiona efeitos sobre a saúde humana e pode levar até a morte.
Pelo fato do CO não possuir cheiro, ele pode estar sendo inalado sem que seja percebido. Por isso, em alguns casos, a pessoa demora a perceber a intoxicação.
Quando inalado em baixa concentração causa enxaquecas, lentidão de raciocínio, irritação nos olhos e perda de habilidade manual. Em altas concentrações pode causar a convulsões, perda de consciência e até a morte por asfixia.
As principais causas de intoxicação com CO ocorrem nas seguintes situações:
- Motores de carro em funcionamento em ambientes fechados;
- Queima de gás natural em aquecedores ineficientes;
- Escape de gás de cozinha ou forno a lenha, em locais mal ventilados.
Portanto, é de extrema importância fazer a manutenção preventiva dos sistemas de gás dos condomínios, apartamentos, casas. Como, também, está presente na queima da lenha em churrasqueiras, lareiras, fogões. É preciso manter portas e janelas abertas para a melhor circulação do ar pra que os gazes sejam retirados dos ambientes, inclusive, através de exaustores. É bom salientar que a presença de 100 micro nos ambientes inviabiliza processos de certificação de ambientes como o HBC Healty Building Certificate.
Dióxido de Nitrogênio
A poluição atmosférica é uma questão preocupante por afetar a população mundial em grande escala. Um desses poluentes é o dióxido de nitrogênio, o NO2. Ele é um gás muito comum, tóxico, conhecido por seu cheiro forte e coloração castanha em algumas situações.
O nitrogênio gasoso (N2) e o oxigênio molecular (O2) reagem formando monóxido de nitrogênio (NO) e gases de óxidos nítrico. Eles são provenientes dos processos de combustão de combustíveis fósseis no motor de carros ou em fornos industriais onde a temperatura é muito elevada. O NO oxidado na atmosfera pelo O2 forma o dióxido de nitrogênio (NO2) e também pode reagir formando ozônio.
Os principais sintetizadores artificiais dos óxidos de nitrogênio são:
- Veículos automotores;
- Motores de combustão interna;
- Usinas termelétricas e siderúrgicas;
- Fábricas de pasta de papel
Entre as fontes naturais, podem ser citados incêndios florestais, o calor gerado pelos relâmpagos e a atividade microbiana nos solos.
Ao ser oxidado na atmosfera, o óxido de nitrogênio produz o ácido nítrico (HNO3). Ele é um dos componentes que aumenta a acidez da chuva, e causa vários danos à natureza por ser corrosivo. A chuva ácida, ao cair na superfície, altera a composição química do solo e das águas. Assim, ela atinge as cadeias alimentares, destrói florestas e lavouras, corrói estruturas metálicas, monumentos históricos e edificações.
Muitas vezes, o fato do céu ter um tom marrom em cidades com tantos veículos deve-se à altas concentrações de NO2 na atmosfera. Exemplos como esses são comuns em cidades como São Paulo. Essa condição também se agrava com a grande emissão de material particulado (De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), o material particulado é uma mistura de partículas de diversos materiais, sólidos ou líquidos. Tal material pode ser cerca de cinco vezes mais finas que um fio de cabelo ou mesmo menores que gotículas de substâncias líquidas. Além disso, essas partículas podem ser de compostos químicos orgânicos, ácidos, como sulfatos e nitratos, metais, e até poeira.
Além disso, o gás tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio, responsável pelo smog fotoquímico. As medições de NO2 indicam a localização de sua fonte. Isso porque o tempo de residência deste poluente é de aproximadamente um dia. Com isso, ele fica concentrado próximo às fontes poluidoras.
O NO2 é um gás que proporciona ao ser humano uma agradável sensação ao ser inalado. Isso porque ele tem propriedades anestésicas. No entanto, é tóxico para pessoas e animais e a exposição de longa duração provoca danos sérios à saúde.
O composto aumenta a sensibilidade à asma e à bronquite, principalmente em crianças, idosos e grupos de risco (pessoas com problemas respiratórios). Além de ser irritante para os pulmões e diminuir a resistência a infecções respiratórias. Um estudo de investigadores da University of California, nos EUA, sugere uma ligação entre os níveis de NO2 e a incidência da síndrome da morte súbita em recém-nascidos.
Pessoas que possuem doenças que possam ser agravadas devido à exposição ao dióxido de nitrogênio não devem ser autorizadas para trabalhos com este produto. Afinal, em altas concentrações, ele pode provocar pneumonia química retardada, edema pulmonar, irritação da mucosa do nariz (manifestada através de coriza), danos severos aos pulmões. Danos que são semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar, e a exposição contínua pode causar diminuição permanente das funções pulmonares.
Fontes:
https://poolrescue.com.br/cloro-salinizacao-ou-ozonio-qual-o-melhor-tratamento-para-piscina/
https://www.ecycle.com.br/formaldeido/
https://www.ecycle.com.br/dioxido-de-nitrogenio/
HBC – Certificate