Neste livro, Carolina nos conta sobre o aprendizado que teve com a vida, com as pessoas que conviveu e com as necessidades que surgiram ao longo da carreira. Ela começou a trabalhar quando a profissão de Design de Interiores não existia, havia apenas ”decorador” e a atividade voltada para um público de classe mais elevada.
Foram nos anos 1990 que surgiu o nome da profissão e o curso superior para a formação dos profissionais. Carolina nos mostra que o Design de Interiores engloba planejamento, projetos em diferentes espaços internos( sejam eles residenciais, comerciais, institucionais) pensamento em estética, conforto, funcionalidade e segurança dos usuários. É uma função abrangente, que analisa gostos pessoais, harmonia, otimização de espaços e que é preciso entender de pessoas. Saber o quanto é importante, desde o primeiro contato , saber escutar de forma empática, ter um olhar sensível para entender a demanda , o que ele realmente quer.
Carolina fala de sua primeira experiência trabalhando como assistente com o decorador carioca Roberto de Carvalho, auxiliando-o na capital paulista e o quanto aprendeu com ele sobre decoração e arte. Retrata, também, um pouco da história do Design brasileiro que teve seu início com a chegada da família real ao Brasil no século XIX e o grande desenvolvimento do setor início do sec. XX nas décadas de 50 a 90.
A designer nos leva a viajar pelo mundo das revistas de decoração que foram um divisor de águas na profissão alavancando o setor e da Casa Cor que abriu um caminho de prosperidade permanente na profissão. Ela nos mostra que devemos acompanhar as mudanças do mercado, nos atualizando sobre as modernas tecnologias e ter de forma permanente um processo de aprendizado, além de ter consciência da responsabilidade com o meio-ambiente, da importância de valorizar nossa brasilidade e o artesanato brasileiro.
Carolina diz ser essencial a relação com os parceiros de trabalho e todos que contribuem pro sucesso do trabalho final, sempre com respeito mútuo e profissionalismo.
Saber sobre a história do design em nosso país e conhecer os precursores deste trabalho maravilhoso nos ajuda a compreender melhor a responsabilidade que temos como designers.
Carolina, ao longo dos seus 60 de profissão, continua a mostrar aos clientes que bom gosto e aproveitamento de espaços não são, necessariamente, uma questão de gastos excessivos, mesmo que o cliente não tenha restrições a valores. Que desperdício é falta de educação, de classe e respeito e como é importante preservarmos o que pode ser conservado, não se desfazer de peças clássicas ou que tenha história, cuidando do que nos foi deixado pelas gerações passadas.
Ao encontrá-la no Conad (Congresso de design de interiores em SP/23) e conversarmos um pouco durante o lançamento do seu livro, percebi que mesmo, Após muitos anos de profissão, possui brilho nos olhos quando se refere a sua atividade como designer.
Sou extremamente grata por me mostrar que estou no caminho que quero e fazendo o que gosto com o propósito de fazer as pessoas sentirem-se mais felizes e saudáveis dentro dos ambientes que projeto, prestando atenção a todos os detalhes que podem interferir na saúde, na qualidade de vida e bem-estar dos usuários com o máximo de profissionalismo.